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Fármacos e emoção pode desencadear crise hipertensiva Uma das grandes preocupações nos consultórios odontológicos são as crises hipertensivas desencadeadas pelo uso de fármacos ou por fatores emocionais durante as diferentes intervenções a que o paciente se submete – obturação, extração, tratamento de canal, entre outras. Paulo A. Pimentel Junior, mestre em Patologia Bucal e cirurgião-dentista do Hospital dos Servidores do Estado, no Rio de Janeiro, afirma que, do total dos pacientes que atende no serviço público, 15% apresentam alteração da pressão. Nos atendimentos particulares, esse percentual sobe para 25. “De maneira geral, os pacientes não relatam hipertensão arterial durante a anamnese (questionário sobre o estado de saúde), pois seus sinais e sintomas não são objetivos”, destaca. Por conta dessas manifestações, o especialista destaca que a necessidade de uma avaliação integrada do paciente passou a ser consenso em toda a área odontológica. “Esta pode ser a oportunidade de se avaliar o paciente, e, em casos descontrolados, encaminhá-lo ao cardiologista para uma reavaliação”, diz Pimentel. Algumas complicações com o paciente hipertenso estão mais relacionadas à ansiedade gerada pelo tratamento dentário - como a hiperventilação, palpitações ou perda da consciência – do que ao tratamento em si. O cirurgião diz ainda que o contato pessoal e a empatia estabelecida entre paciente e profissional são suficientes para o controle da ansiedade. Problemas pelo uso excessivo de adrenalina, utilizada em associação com o anestésico para melhorar seus efeitos, podem surgir durante o tratamento. Por esse motivo, em pacientes hipertensos a recomendação é usar, no máximo, apenas dois tubetes de anestesia. A hipertensão arterial é uma doença que evolui em silêncio e provoca problemas cardíacos sérios. “O cirurgião-dentista precisa estar consciente da necessidade de reconhecer esta condição de saúde para poder executar os procedimentos corretamente neste paciente diferenciado”, conclui Pimentel Jr.

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